Cultura não morde!

“Eu vezes eu / Espalhados em mim / Eu mínimo Múltiplo comum / Eu menos eu / Eu e eu outra vez / Nervo, músculo e osso.” (Titãs)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012




                              
Outro dia, fiquei pensando no mundo sem mim. Há o mundo continuando a fazer o que faz. E eu não estou lá. Muito estranho. Penso no caminhão do lixo passando e levando o lixo e eu não estou lá. Ou o jornal jogado no jardim e eu não estou lá para pegá-lo. Impossível. E pior, algum tempo depois de estar morto, vou ser verdadeiramente descoberto. E todos aqueles que tinham medo de mim ou me odiavam vão subitamente me aceitar. Minhas palavras vão estar em todos os lugares. Vão se formar clubes e sociedades. Será nojento. Será feito um filme sobre a minha vida. Me farão muito mais corajoso e talentoso do que sou. Muito mais. Será suficiente para fazer os deuses vomitarem. A raça humana exagera em tudo: seus heróis, seus inimigos, sua importância.

bukowski
A gente começa a salvar a humanidade salvando uma pessoa de cada vez, todo o resto é delírio romântico ou político".

BUKOWSKI
Eu não sei se quero um amor de fruta mordida a lá Cazuza ou uma dose extra de LSD a lá Lobão pra me libertar de vez dessas promessas e obrigações que ainda alimento sobre nós dois.




l simoes
                     
                                    
"Ele supunha que era à solidão que tentava escapar, e não a si mesmo."



William Faulkner

"Não pretendo ser feliz, mas verdadeiro."



Nietzsche


O álcool é como o amor: o primeiro beijo é mágico, o segundo é íntimo, o terceiro é rotina. A partir daí, você apenas tira a roupa da garota"




Raymond Chandler
 Deixe a vida fazer com você o que a primavera faz

com as flores



NERUDA
Policiais indianos encontraram no navio cerca de 6.000 desenhos e cartas de amor de Ulisses para Rebeca. Elas foram vendidas pela internet para colecionadores de coisas tristes.



ANDRE DAHMER

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

"-Vão se os calos, fica a maturidade, ninguém cresce sem se machucar um pouquinho"





NIEM I
"Se a noite me perguntasse
pra onde foram os meus sonhos
eu diria que adormeceram
bem distante dos seus "




monica san
"Impuro e desfigurante é o olhar da vontade. Só quando nada cobiçamos, só quando o nosso olhar nada mais é senão pura observação, é que a alma das coisas, a sua beleza, se nos revela."


fragmentos de um discurso amoroso
    o discurso amoroso é hoje em dia de uma extrema solidão





amor de papelão
Parafraseando a brilhante escritora Ana Jácomo, voltei desejando que nenhum gesto meu aperte o coração de alguém, intimide o sorriso, desperte medos ou machuque a espontaneidade de quem quer que seja. E assim entendi que liberdade é libertar.

                                              


Fernanda
 santos
Amor é só uma ampulheta que esvazia enquanto nos rouba tempo


"Todas as cartas de amor são ridículas... As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas. Mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas"



                                     FERNANDO PESSOA
 Chorando, quero impressionar alguém, fazer pressão sobre ele (“Veja o que você está fazendo comigo”). Pode ser - e é comumente - o outro que coagimos assim a assumir abertamente sua comiseração ou sua insensibilidade, mas pode ser também eu mesmo: obrigo-me a chorar para provar a mim mesmo que minha dor não é uma ilusão; as lágrimas são signos, não expressões. Por minhas lágrimas, como uma história, produzo um mito da dor, e assim posso acomodar-me a ela: posso conviver com ela, porque, chorando, dou-me um interlocutor enfático que recolhe a mais “verdadeira” das mensagens, a de meu corpo, não a de minha língua: “Palavras, que são palavras? Uma lágrima dirá bem mais”



                                                                (Schubert).
Como ciumento, sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo por sê-lo, porque temo que meu ciúme fira o outro, porque me deixo sujeitar por uma banalidade: sofro ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum.
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                                                        Roland Barthes.